segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Direto do Forno: Dream Theater - "On the Backs of Angels" [2011]



Por Micael Machado 

O Consultoria do Rock, em primeira mão, acompanhou o resultado das mudanças nos últimos meses do Dream Theater
. Há pouco, o grupo liberou a primeira amostra de seu aguardado novo disco, A Dramatic Turn of Events, o primeiro sem a participação do baterista Mike Portnoy, substituído por Mike Mangini após muita falação e comentários inflamados na internet.

"On the Backs of Angels", anunciada como a faixa de abertura do disco, começa com uma longa introdução ao violão, após alguns poucos efeitos sonoros. Os demais instrumentos surgem aos poucos, com Mangini aparecendo bem já na introdução, ao lado do baixo de John Myung. Os teclados de Jordan Rudess introduzem o tema principal, que é levado por um pesado riff da guitarra de John Petrucci.

James LaBrie começa a cantar só aos dois minutos e meio, e a canção mantém a mesma linha (pesada e cadenciada) até a ponte para a segunda estrofe, que apresenta um pouco mais de velocidade.

O refrão surge em um tom épico, reforçado pelos teclados, mas não chega a empolgar. Fica fácil imaginar a presença dos sempre marcantes backing vocals de Mike Portnoy, os quais imaginei que seriam assumidos por Petrucci ou pelo novo baterista. Mas, à exceção de algumas poucas dobras na voz de LaBrie, parece que este recurso vai perder espaço na música do Dream Theater daqui para a frente.

A melodia das estrofes é retomada, e após um novo refrão chega a hora dos solos, introduzidos pelo piano de Rudess. Petrucci é o primeiro a assumir os holofotes, com um solo "comum" de guitarra (para o nível dele, claro). Rudess e Petrucci dividem um curto solo e a música repete o seu refrão.

Riffs pesados de Petrucci mesclados aos teclados de Rudess levam a canção para o final, após quase nove minutos que soam familiares aos fãs, mas que mostram uma direção um pouco mais melódica do que aquela que o Dream Theater vinha seguindo.

A nova formação do Dream Theater: Mike Mangini, John Myung, James LaBrie, Jordan Rudess e John Petrucci

Em termos de composição, é uma música diferente do padrão "rápido e pesado" que o grupo costumava usar para abrir seus álbuns. Acho que dificilmente irá se tornar um clássico da banda, mas também não irá desapontar aos fãs. Se for a melhor do disco, estaremos no mínimo perante um álbum mediano na discografia do grupo. Se estiver em um meio termo quanto à qualidade das outras, então teremos mais um disco forte e memorável desta que é ainda, sem sombra de dúvidas, a mais importante parte de prog metal no mundo.

Quanto a Mike Mangini, cuja escolha sempre me causou um certo receio, cumpre bem seu papel nesta primeira amostra. Embora menos "espalhafatoso" que Portnoy (que parecia um polvo de tantas coisas que fazia ao mesmo tempo na bateria do grupo), conduz bem a canção, com um trabalho variado e preciso, que não é maçante em nenhum momento, apresentando bastante quebras e mudanças de tempo no decorrer da faixa. Talvez seu antecessor incrementasse algumas passagens com rolos e outros malabarismos, mas o trabalho de Mangini é bastante aceitável, embora dificilmente irá elevá-lo à categoria de "monstro das baquetas" que o baterista original do grupo possui.

Um belo aperitivo para o prato principal, que, baseado nesta amostra, promete ser bastante saboroso.

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