Por Micael Machado
O Children of Bodom começou sua carreira se destacando por misturar riffs pesados com linhas melódicas e marcantes de teclado, numa mistura incomum para a época, mas que depois teve vários seguidores.
O Children of Bodom começou sua carreira se destacando por misturar riffs pesados com linhas melódicas e marcantes de teclado, numa mistura incomum para a época, mas que depois teve vários seguidores.
Depois de um marcante início, onde gravou excelentes discos (pelo menos até Hate Crew Deathroll, de 2003), o grupo lançou Are You Dead Yet? (2005) e Blooddrunk (2008), discos que, se não serviam para ruins, mostravam o som do grupo preso a uma "fórmula" de riffs pesados e composições hora velozes, hora mais cadenciadas, além de uma sensível redução no espaço dado aos teclados.
Depois de três anos sem lançar material inédito, a banda retorna em 2011 com Relentless Reckless Forever, seu sétimo álbum, que volta a colocar o nome do grupo nos lugares mais altos do pódio do chamado "death metal melódico".
A primeira coisa que se nota após a audição do disco é o retorno aos holofotes do tecladista Janne Warman. Assim como nos primórdios do grupo, praticamente todas as faixas têm seus solos divididos entre a guitarra e o teclado, com Janne e o guitarrista/vocalista Alexi Laiho "debulhando" seus instrumentos com a habilidade de sempre, mas com uma gana que andava ausente nos trabalhos mais recentes.
Laiho, nunca o melhor vocalista de sua geração, mostra mais uma vez porque é considerado por muitos um dos melhores guitarristas da atualidade. Com bases precisas (divididas com o outro guitar man, Roope Latvala) e solos sempre bem encaixados e bastante técnicos, o líder do grupo dá uma bela demonstração da arte de tocar guitarra na música extrema.
Alexi Laiho, Henkka Blacksmith, Roope Latvala, Janne Warman e Jaska Raatikainen
Relentless Reckless Forever traz uma bela mistura de velocidade e cadência em suas músicas, e, embora a velocidade perca a disputa muitas vezes, o peso e a agressividade estão sempre presentes, desde a faixa de abertura, "Not My Funeral" (típica "porrada de abertura" dos discos da banda, embora mais cadenciada que o normal), passando por “Shovel Knockout” (uma faixa que inicia com o baixo bem evidente, passando para uma velocidade absurda da bateria após a introdução, na coisa mais perto do black metal que o COB já gravou, mas que depois volta para aquela levada mais cadenciada usual da banda), “Ugly” (uma das mais agitadas, com uma rifferama de guitarras de não deixar o pescoço parado), “Roundtrip To Hell And Back” (com um marcante trabalho de teclados e um início que lembra a clássica “Bark At The Moon”, de Ozzy Osbourne), e “Was It Worth It?” (a primeira música de trabalho, mas que, como quase sempre acontece, não é a melhor do álbum).
A edição Deluxe ainda traz o cover para “Party All The Time”, do ator Eddie Murphy, que foi transformada para se encaixar no estilo do grupo, com um peso e uma velocidade moderadas e um marcante refrão.
Não é o melhor disco das Crianças do Lago Bodom, mas retoma um caminho que o grupo parecia ter abandonado: o das composições interessantes em um álbum marcante, que pode trazer de volta os fãs que, como eu, não curtiram os últimos lançamentos, além de não afastar aqueles que apreciam essa fase.
Track List:
- Not My Funeral
- Shovel Knockout
- Roundtrip To Hell And Back
- Pussyfoot Miss Suicide
- Relentless Reckless Forever
- Ugly
- Cry Of The Nihilist
- Was It Worth It?
- Northpole Throwdown
Formação
Alexi Laiho (guitarra e vocais)
Jaska Raatikainen (bateria)
Henkka Blacksmith (baixo)
Janne Warman (teclados)
Roope Latvala (guitarra)
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