Há anos acompanho a carreira dos suecos do Evergrey através de revistas e sites sobre música, porém nunca tinha me animado a escutar o som do grupo, apesar das excelentes referências que lia sobre eles. Pois foi através de uma edição da revista Roadie Crew que eu soube que a banda havia passado por uma debandada geral em seu line up, sobrando apenas o líder Tom S. Englund (vocal/guitarra) e o tecladista Rikard Zander da formação anterior. Os demais membros foram substituídos por Marcus Jidell (guitarra), Hannes Van Dahl (bateria) e Johan Niemann (baixo).
E foi este último o motivo que me levou a, pela primeira vez, procurar um disco do Evergrey para ouvir. Ex-baixista do Therion (uma de minhas bandas favoritas), Niemann sempre foi um músico a quem me agradava ouvir, em um instrumento que os leitores do blog sabem o quanto me é caro. Portanto, quando surgiu a oportunidade de resenhar este Glorious Collision, que a Hellion Records lança no mercado nacional, não podia deixar a oportunidade passar.
E o que escutei foi um dos melhores discos do ano até aqui. Como não tenho referências dos discos anteriores do grupo, não posso comparar este lançamento com a discografia antiga do quinteto. Mas, se todos os discos forem tão bons quanto este (e, ao que li, alguns não são não), então tenho de correr atrás desses álbuns com urgência!
Sempre achei que a sonoridade do grupo fosse um prog metal um pouco mais pesado que o normal, mas não foi isso que encontrei aqui. Glorious Collision é um álbum de metal muito bem executado, com teclados inteligentes (que não diminuem o peso das faixas como em outros agrupamentos por aí) e linhas de guitarra contagiantes, em músicas quase sempre pesadas (embora faixas como "To Fit the Mold" e "The Phantom Letters" tenham os seus momentos "violão e piano"), que dificultam muito uma classificação para o estilo da banda. Curiosamente, apenas a voz de Englund me soou desagradável por vezes, justamente ela, que sempre li ser um dos destaques do Evergrey.
Na mesma entrevista aquela, Tom disse que nenhum outro disco do grupo tinha composições com tantas estruturas pop quanto este. Isto se confirma em músicas como "The Disease..." e "...And the Distance" (esta última presente também em uma versão bônus com participação vocal de Carina Englund, esposa do vocalista), mas não é um fato ruim, pois a sonoridade pesada que comparece nestas faixas lhes deixa a milhas de distância do pop descartável das FMs da vida.
Como destaques, cito "I'm Drowning Alone", "You" e "Wrong" (o primeiro single do disco, onde os elementos pop também aparecem em meio às guitarras distorcidas), embora se faça necessário dizer que todas as faixas estão em um mesmo nível, não havendo nenhuma que fique abaixo das outras no quesito qualidade.
Johan Niemann, Hannes Van Dahl, Tom S. Englund, Rikard Zander e Marcus Jidell
Cabe citar também o belo encarte, com desenhos em preto e branco que exploram muito bem o conceito de luz e sombra, e que Englund diz na citada entrevista que eram intencionados a parecer como se compusessem uma história em quadrinhos complementada pelas letras sombrias do disco. Se foi mesmo assim, o objetivo foi plenamente atingido.
Não sei se é o melhor disco do Evergrey, mas com certeza é um dos melhores do ano. Ah, e quanto a Johan, basta dizer que ele manteve o padrão que atingiu no Therion. O que, para mim, já está bom demais.
Formação:
Tom S. Englund - vocais e guitarra
Rikard Zander - teclados
Marcus Jidell – guitarras
Johan Niemann – baixo
Hannes Van Dahl - bateria
Track list
1. "Leave It Behind Us" - 5:10
2. "You" - 6:24
3. "Wrong" - 5:14
4. "Frozen" - 5:01
5. "Restoring the Loss" - 4:47
6. "To Fit the Mold" - 5:25
7. "Out of Reach" - 3:43
8. "The Phantom Letters" - 5:32
9. "The Disease..." - 4:13
10. "It Comes from Within" - 4:25
11. "Free" - 3:46
12. "I'm Drowning Alone" - 4:17
13. "...And the Distance" - 4:09
14. "...And the Distance (Carina Englund Version)" - 3:37 (bonus track)
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