Em termos de lançamentos, o ano de 2013 foi o melhor da década até aqui, pelo menos na minha opinião. Se em outros anos era difícil selecionar os discos para compor a lista final, seja pela quantidade ou qualidade dos álbuns colocados no mercado, desta vez foi bastante complicado escolher apenas dez, visto o grande número de releases atraentes ao longo deste 2013. Isto que, é óbvio, eu nem consegui ouvir TODOS os lançamentos, já que a quantidade de discos colocados no mercado a cada mês é imensa, apesar da alegada morte da indústria musical, o que certamente fará com que ao longo de 2014 eu venha a descobrir outras pérolas que deveriam estar listadas aqui. De qualquer forma, após muita análise e uma "peneira" das boas, acabaram restando na minha listagem os seguintes discos:
O novo álbum de estúdio do quarteto de Birmingham já mereceria lugar de destaque nesta lista apenas pelo fato de existir, e pela importância que ele tem para o heavy metal e para a música pesada de todos os estilos! Mas o desgraçado ainda é bom pacas! Parecendo uma coleção de sobras dos anos 1970 (nitidamente os mais gloriosos da banda), trouxe em suas faixas exatamente aquilo que nós, fãs, queríamos ouvir, e até um pouco mais. Até Ozzy está cantando bem nas faixas do disco, provando mais uma vez que, a despeito da qualidade dos vários nomes que passaram pelo microfone do Sabbath, é dele a voz ideal para este quarteto "maldito"! E os caras ainda vieram ao Brasil e fizeram um show matador em Porto Alegre, realizando um sonho de muita gente por aqui! Não tem como, este foi o ano do Sabbath! Merecidamente!
Minhas opiniões sobre este discos já foram descritas aqui, mas posso resumi-las assim: a continuidade da carreira do AIC é dada com um álbum fantástico, que traz poucas novidades, e reafirma o estilo musical do grupo, em faixas que, com certeza, agradarão aos fãs de longa data, além de ter potencial para angariar novos ouvintes. Outro grupo que passou pela capital gaúcha para uma apresentação marcante, que mostrou que o quarteto de Seattle ainda tem gás para muitos anos de carreira pela frente. Se for para continuar lançando discos tão bons quanto este, que não parem tão cedo!
O disco anterior do quinteto sueco, Return To Zero, trouxe a estreia do vocalista grego Apollo Papathanasio, e chamou a atenção de muita gente que até ali nunca tinha ouvido o stoner rock de responsa praticado pelo grupo desde 1994. Curiosamente, foi o álbum onde a banda mais se afastou de seu estilo tradicional, indo ao encontro de um rock clássico aos moldes setentistas de um Rainbow ou um Uriah Heep. Estas características se mantiveram neste Earth Blues, embora a psicodelia que sempre acompanhou a sonoridade dos vagabundos apareça novamente com destaque ao longo das faixas. Difícil destacar alguma canção dentre tantas faixas de qualidade, mas recomendo a audição de "Wise as a Serpent", "Turn the Tide" ou "Kingmaker" para se ter uma ideia da força deste belo álbum, cuja versão especial ainda traz de bônus o disco gravado ao vivo no Loud Park japonês no ano de 2010, e que antes só havia saído no mercado daquele país, com Apollo provando que tem sim competência para encarar os antigos clássicos da discografia do quinteto. Ou seja, duas vezes melhor!
Outro retorno muito aguardado pelos fãs de rock pesado, e novamente protagonizado por um grupo inglês! Dezessete anos depois do controverso Swansong, Bill Steer e Jeff Walker se uniram em estúdio para dar continuidade à carreira deste monstro do death metal, sem a presença do guitarrista Michael Amott (líder do grupo aí de cima) e do baterista Daniel Erlandsson, que completavam a formação durante a turnê de reunião há alguns anos, mas trazendo o excelente Dan Wilding espancando pratos e peles com vigor e precisão. Da abertura com a vinheta de "1985" até as últimas notas de "Mount of Execution", que encerra a versão regular do disco, temos a confirmação de que o Carcass é extremamente relevante para o mundo do rock pesado, em um lançamento de tanta qualidade quanto o aclamado Heartwork, e que torna o quarteto de Liverpool como um dos maiores nomes do heavy metal atual! Merecidamente, diga-se de passagem!
Outro disco sobre o qual já tratei aqui no site, e que, apesar de não ser tão impactante quanto a estreia dos suecos, trouxe mais faixas de qualidade para o deleite de nossos ouvidos. Agregando novas influências à sua sonoridade setentista (como a surf music e a psicodelia), o sexteto mascarado acertou no alvo mais uma vez, e se manteve em alta no mundo do heavy metal atual. Chegou até a tocar no Brasil, em shows abrindo para Slayer e Iron Maiden, e até no Rock In Rio, onde alguns babacas parecem não ter entendido a proposta do grupo, vaiando sua excelente apresentação e ignorando a força de suas composições. Não faça você o mesmo, e dê uma chance a este grupo que se destaca por fazer extremamente bem feito algo que não chega a ser novidade, mas que agradará aos ouvidos de todos aqueles que lhe der oportunidade!
Mais um grupo inglês que retornou aos estúdios neste ano, de forma até inesperada, pois os integrantes do Púrpura Profundo deram várias declarações de que um novo álbum nestes moldes não estava nos seus planos. Pois Now What?! veio mostrar que os velhinhos ainda têm muita lenha para queimar, para alegria de seus muitos fãs e desespero de seus detratores! Como pude escrever aqui, este é um registro que fica longe da qualidade dos clássicos dos anos setenta, mas que se deixa ouvir sem nenhum problema maior, sendo um dos melhores lançamentos depois da entrada do guitarrista Steve Morse no grupo, e aquele onde o tecladista Don Airey finalmente parece ter encontrado seu lugar na banda, sendo ele o maior destaque ao longo do track list deste álbum. Um retorno digno, que merece ser ouvido sem preconceitos, pois poderá agradar tanto a antigos quanto a novos fãs do jurássico quinteto!
Para desespero das viúvas de Mike Portnoy, o Dream Theater continua sua carreira, lançando seu décimo segundo álbum de estúdio, o segundo com o baterista Mike Mangini. Também pude escrever sobre este registro aqui no site, e, embora prefira o lançamento anterior, chamado A Dramatic Turn of Events, este disco dá continuidade à carreira do DT de forma basante digna. Concordo com aqueles que dizem que este lançamento auto-intitulado lembra o período dos álbuns Six Degrees of Inner Turbulence e Train of Thought, especialmente pelo sentimento mais "sombrio" de algumas passagens. O que não é demérito algum, e não impede que este seja mais um álbum de audição recomendadíssima não apenas aos fãs do quinteto. Confira!
Sou muito fã do quinteto de Seattle, mas reconheço que o grupo vem devendo um grande álbum de estúdio há tempos. Lightining Bolt ainda não é o lançamento que superará os discos iniciais do grupo, mas deixa clara a sua qualidade logo após as primeiras audições. Aquele que seria o "lado A" da versão em vinil, em especial, está dentre os melhores já lançados pelo Pearl Jam, com faixas de destaque como a título, "Mind Your Manners", "Sirens" ou "Getaway" provando que o ícone do grunge continua relevante, e produzindo música da mais alta qualidade. O "lado B" é mais experimental e calmo (trazendo até algumas surpreendentes influências do folk e da country music norte-americana), causando uma "caída" no resultado final, mas que não é suficiente para desmerecer a qualidade do disco. Que voltem logo ao país, para mais apresentações tão marcantes quanto as muitas que já realizaram por aqui!
Cada disco lançado pelo Sepultura ultimamente é tratado pela imprensa especializada como "o melhor desde Roots", algo totalmente desnecessário e que causa a impressão de uma constante comparação da "banda de Derrick" com a "banda de Max", sendo que o vocalista norte-americano já tem uma longa discografia ao lado dos brasileiros. Este álbum de título quilométrico (e capa ridícula), baseado no filme "Metropolis", de 1927, me soou inferior ao anterior, Kairos, mas é um dos melhores registros do grupo ao lado do vocalista norte-americano. Ainda necessito de mais algumas audições para indicar os destaques maiores do track list, mas a qualidade das composições (que se voltam, em sua maioria, ao passado do grupo, ao invés de experimentalismos como em alguns dos registros mais recentes) já me faz colocá-lo nesta lista. E com sobras!
Mais uma banda que aportou por Porto Alegre para uma apresentação marcante, e que eu não tinha esperanças de ver ao vivo tão cedo. No show da capital gaúcha foi apresentada "Bloodshed", faixa que abre este belo registro, que dá continuidade à carreira de Max Cavalera trazendo um pouco daquela sensação de "mais do mesmo", por não fugir muito do estilo dos registros mais recentes do grupo. Mesmo assim, a qualidade de suas composições é suficiente para colocá-lo nesta lista, e indicar sua audição a todos os leitores! Longa vida a Max Cavalera, e que ele siga lançando discos tão bons quanto estes que vem nos apresentando!
Outros destaques que merecem audição (em ordem alfabética):
- Andrew Stockdale (ex-wolfmother) - Keep Moving
- Iggy And The Stooges - Ready To Die
- Monster Magnet - Last Patrol;
- Mutantes - Fool Metal Jack
- New Model Army - Between Dog And Wolf
- Renaissance - Grandine Il Vento
- Tarja - Coulours In The Dark
Como citei lá no começo, fazia tempos que eu não via tantos discos bons serem lançados no mesmo ano, com muitas bandas novas se destacando e outras consagradas voltando do limbo para nos presentear com novas composições. Se a indústria musical está morrendo, parece que esqueceram de avisar às bandas e fãs do bom e velho rock and roll, pois os lançamentos do estilo vieram em grande número ao longo do ano, muitos deles com grande qualidade. Assim como merece destaque o número de shows no país, que se manteve elevado (como no ano passado), provando que o Brasil está definitivamente incluído na rota das grandes bandas. Pena que nem todas aportaram em Porto Alegre (vide The Cure, Slayer, Iron Maiden, Ghost e tantos outros), mas a simples vinda deles ao país já é um alento! Que continue assim!
Alvin Lee, Chorão, Clive Burr, Trevor Bolder, Jeff Hanneman, Ray Manzarek, JJ Cale, Champignon e Lou Reed são apenas alguns dos nossos ídolos que partiram este ano para se juntar aos grupos que executam suas canções nos palcos celestiais. Eu sei que todos iremos embora um dia, mas é sempre triste se despedir de um ídolo, e o vazio que ele deixa dificilmente é preenchido! Que fiquem todos em paz, e que os conjuntos formados lá "nas alturas" parem de recrutar tantos talentos assim por um tempo!
Este ano, não saberia indicar uma surpresa e uma decepção. O novo disco do Deep Purple talvez tenha sido algo bastante inesperado para mim, mas não posso considerá-lo "a surpresa". E o disco Cavalo, lançado por Rodrigo Amarante, seria a minha indicação para "decepção", mas repetidas audições do mesmo me fizeram mudar de ideia, visto que é preciso se acostumar com o estilo adotado pelo músico ao longo de suas faixas, diferente do que se esperaria a princípio, mas nem por isso tão "ruim" quanto eu achei após escutá-lo poucas vezes. Deixo a vocês o julgamento final, mas não chego a considerá-lo a maior decepção de 2013!
De resto, um bom 2014 a todos nós, e que sigamos juntos em nossa trajetória musical! Afinal, it's only rock and roll, but I like it!
Outros destaques que merecem audição (em ordem alfabética):
- Andrew Stockdale (ex-wolfmother) - Keep Moving
- Iggy And The Stooges - Ready To Die
- Monster Magnet - Last Patrol;
- Mutantes - Fool Metal Jack
- New Model Army - Between Dog And Wolf
- Renaissance - Grandine Il Vento
- Tarja - Coulours In The Dark
Melhor notícia: O grande número de discos lançados no país
Como citei lá no começo, fazia tempos que eu não via tantos discos bons serem lançados no mesmo ano, com muitas bandas novas se destacando e outras consagradas voltando do limbo para nos presentear com novas composições. Se a indústria musical está morrendo, parece que esqueceram de avisar às bandas e fãs do bom e velho rock and roll, pois os lançamentos do estilo vieram em grande número ao longo do ano, muitos deles com grande qualidade. Assim como merece destaque o número de shows no país, que se manteve elevado (como no ano passado), provando que o Brasil está definitivamente incluído na rota das grandes bandas. Pena que nem todas aportaram em Porto Alegre (vide The Cure, Slayer, Iron Maiden, Ghost e tantos outros), mas a simples vinda deles ao país já é um alento! Que continue assim!
Pior notícia: A grande quantidade de ídolos que se foram!
Alvin Lee, Chorão, Clive Burr, Trevor Bolder, Jeff Hanneman, Ray Manzarek, JJ Cale, Champignon e Lou Reed são apenas alguns dos nossos ídolos que partiram este ano para se juntar aos grupos que executam suas canções nos palcos celestiais. Eu sei que todos iremos embora um dia, mas é sempre triste se despedir de um ídolo, e o vazio que ele deixa dificilmente é preenchido! Que fiquem todos em paz, e que os conjuntos formados lá "nas alturas" parem de recrutar tantos talentos assim por um tempo!
Este ano, não saberia indicar uma surpresa e uma decepção. O novo disco do Deep Purple talvez tenha sido algo bastante inesperado para mim, mas não posso considerá-lo "a surpresa". E o disco Cavalo, lançado por Rodrigo Amarante, seria a minha indicação para "decepção", mas repetidas audições do mesmo me fizeram mudar de ideia, visto que é preciso se acostumar com o estilo adotado pelo músico ao longo de suas faixas, diferente do que se esperaria a princípio, mas nem por isso tão "ruim" quanto eu achei após escutá-lo poucas vezes. Deixo a vocês o julgamento final, mas não chego a considerá-lo a maior decepção de 2013!
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