Por Micael Machado
Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais é uma sessão da Consultoria do Rock onde apresentamos notícias fictícias, mas que poderiam se tornar reais em algum momento de nossas estadas aqui na Terra. A intenção não é gerar polêmicas ou controvérsias sobre determinados fatos, mas apenas incitar a discussão sobre o que ocorreria se o mesmo fato chegasse a acontecer.
Quem aqui já foi a um show e teve de aguentar o pessoal filmando e fotografando o tempo todo com celulares, câmeras e filmadoras, prejudicando a quem só quer assistir e curtir o espetáculo? Quase todo mundo, certo? Pois o Kiss (sempre eles) anunciou que vai resolver esse problema, através de uma forma simples: vendendo um DVD "bootleg oficial" de cada show para cada membro da audiência todas as noites!
A notícia foi dada na coletiva marcada para anunciar a turnê de promoção de seu aguardado novo álbum, Monster. Segundo o grupo, a cada noite, os fãs que comparecerem aos concertos (além do cruzeiro do Kiss no começo de novembro, datas na América do Sul já foram confirmadas para o mesmo mês) levarão para casa um DVD com as imagens do show daquela data, além de fotos exclusivas e um tour book digital, dentre outros itens.
A ideia surgiu a partir dos álbuns conhecidos como Instant Live, que viraram febre na América do Norte há alguns anos (esses álbuns eram gravados durante a apresentação e entregues aos fãs na saída do espetáculo). Segundo Gene Simmons (vocalista e baixista do grupo), "nos incomoda bastante o fato de prepararmos um espetáculo visual grandioso, com fogos, explosões, pessoas voando e outros atrativos, além do melhor rock and roll do mundo, aquele feito pelo Kiss, e as pessoas ficarem paradas filmando tudo com cara de abobadas, sem curtir o espetáculo. E para quê? Na maioria das vezes, essas filmagens ficam uma m**da, e a pessoa assiste apenas uma vez e nunca mais. Mas a sensação de estar em um show do Kiss é algo muito maior, e as pessoas perdem essa chance por um registro pífio ao qual não vão dar nenhuma atenção depois". Para resolver essa questão, o grupo decidiu "distribuir um DVD para cada um, com alta qualidade de gravação, assim eles não precisarão perder tempo gravando o show com seus aparelhinhos".
Gene Simmons durante a entrevista
Paul Stanley (vocalista e guitarrista) dá mais aspectos técnicos da novidade: "quando os álbuns Instant Live surgiram, achei a ideia interessante, mas, se fossemos fazer algo parecido no Kiss, teria de ser maior do que isso. Felizmente, a tecnologia evoluiu bastante, e hoje podemos gravar um DVD durante a apresentação, e não apenas o áudio de cada show". Segundo Stanley, o esquema funcionará da seguinte maneira: "em cada local onde nos apresentarmos, instalaremos uma câmera digital em uma posição onde todo o palco possa ser visto com qualidade. O áudio será captado em estéreo diretamente da mesa de som, e será jogado diretamente em um computador junto com a filmagem da câmera. Teremos uma pequena equipe envolvida com as imagens e o som, e, a cada final de uma música, eles já estarão trabalhando para sincronizar o áudio com a imagem daquela única câmera. Como não terão de escolher entre diferentes zooms e mudanças de quadro, o trabalho tende a ser rápido, e, como teremos um set list fixo, eles saberão com antecedência o que vai acontecer, sem muitos espaços para surpresas desagradáveis".
Paul dá mais detalhes: "após a última música do show, a plateia verá um vídeo pré-gravado da gente nos bastidores, simulando uma situação real de um ambiente pós-show, que terminará com um agradecimento ao público daquela noite. Esse vídeo também estará no DVD, podendo ser incluído antes da gravação inclusive. Deve durar entre cinco e oito minutos, que é o tempo necessário para gravar os DVDs para o pessoal. Temos um equipamento capaz de gravar até mil DVDs por minuto, então poderemos atender às plateias dos locais onde nos apresentaremos com bastante presteza. Depois, é só colocar em um envelope e entregar às pessoas que forem saindo. O disco ainda terá um arquivo para impressão com a capa do DVD, além de fotos exclusivas tiradas durante o show, um arquivo com o tour book da excursão, e outras coisas que ainda estamos definindo. Será um item exclusivo daquela noite, algo para os fãs guardarem para sempre".
Paul Stanley após o anúncio
Simmons diz que "sabemos que assistir ao show com apenas uma câmera não é o que os fãs esperam de um DVD do Kiss, nem o que gostaríamos de entregar para eles. Mas foi a maneira que conseguimos de colocar em prática a ideia. Além disso, você terá uma imagem de qualidade de todo o show, de todo o palco, e não uma coisa mal gravada e tremida feita pelo seu celular. O mesmo acontecerá com as fotos, que serão tiradas de cima do palco, e não da distância desde o público até nós. Com tudo isso, acreditamos que as pessoas não vão precisar perder tempo filmando ou fotografando o que está acontecendo, e poderão se concentrar em fazer aquilo para o que realmente compraram o ingresso, que é curtir a maior banda de rock and roll do mundo em ação, ali, na frente delas".
Claro que tudo isso não sairá de graça. Sempre dispostos a lucrar o máximo possível, o grupo terá um acréscimo no preço dos ingressos por causa do DVD. Stanley diz que, "dependendo do local, o acréscimo será de dez a quinze dólares sobre o preço do ingresso. Temos de pagar os responsáveis pelo DVD, além do equipamento e demais custos, por isso não podemos fazer de graça". Além disso, "não haverá opção de pagar mais barato se alguém não quiser o DVD. Todos que comprarem ingresso terão direito ao mesmo, o preço estará incluso em todas as modalidades que o local apresentar". Gene Simmons diz que "algumas pessoas podem até reclamar dos preços mais caros, mas acho que ninguém vai perder a oportunidade de ter um DVD exclusivo do Kiss em sua coleção, então, visto por este ângulo, é um preço pequeno a se pagar por um item como esse".
Público com celulares e câmeras durante o show: com os dias contados?
Após o anúncio, outros grupos como o Pearl Jam, o trio Crosby, Stills And Nash e o ex-vocaista do Black Crowes, Chris Robinson (em turnê com seu novo grupo, o Chris Robinson Brotherhood), que sempre apoiaram gravações de fãs feitas em seus shows, se manifestaram a favor da ideia, e dispostos a implantá-la em seus próprios espetáculos. Será que essa moda pega, e ficaremos livres dos chatos que insistem em jogar celulares e câmeras nas nossas caras nas partes mais interessantes dos shows de nossos artistas favoritos? Tomara que sim!
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